Agricultura divulga primeiras estimativas para a segunda safra 2022/2023 no Paraná
De acordo com o
Deral, os atrasos no plantio e no desenvolvimento da soja, devido às condições
climáticas em setembro, outubro e novembro, são o principal motivo do recuo nas
áreas da segunda safra, embora ainda não seja possível dimensionar esse
impacto. “A expectativa de atraso na colheita da soja deixou os produtores de
milho indecisos com relação à área de cultivo. Mas, em janeiro, deveremos ter
um retrato mais preciso da situação. De maneira geral, a perspectiva para a
safra é boa”, explica o chefe do Deral, Marcelo Garrido.
O relatório traz
também informações da primeira safra, destacando o encerramento do plantio da
soja. Deverão ser colhidas aproximadamente 21,4 milhões de toneladas do grão.
Com isso, a produção total de grãos, da primeira safra, pode somar R$ 25,53
milhões de toneladas. O volume, se for confirmado, supera em 64% a safra
2021/2022. A condição da primeira safra é considerada boa, mas, ao longo do
ciclo, as lavouras foram impactadas pelo excesso de chuvas, pelas baixas
temperaturas, principalmente em outubro, e também pela estiagem.
MILHO – Em condições ideais de clima, a segunda safra de milho pode gerar 15,4
milhões de toneladas no Paraná, segundo o Deral. Esse volume, se confirmado,
representa um aumento de 16% em relação ao colhido no ciclo 2021/2022. Na
comparação com dezembro do ano passado, os preços pagos ao produtor pela saca
de 60 kg tiveram um recuo de aproximadamente 7%, de R$ 80,00 para R$ 74,00.
FEIJÃO – Apesar da redução de área, a produção estimada para a segunda safra de
feijão 2022/2023 é de 599,3 mil toneladas, 7% superior a do ano passado e que,
se confirmada, será recorde para a cultura. Quanto aos preços pagos ao
produtor, o feijão do tipo cores teve um aumento de 60%, enquanto os preços do
feijão preto subiram 10%. Tradicionalmente, o mês de dezembro tem menor
demanda pela leguminosa, principalmente por causa das férias escolares e festas
de final de ano.
SOJA – Com o encerramento do plantio da safra 2022/23, a estimativa do Deral
é de que sejam colhidas aproximadamente 21,43 milhões de toneladas de soja em
uma área de 5,7 milhões de hectares. O volume é levemente inferior ao divulgado
no mês de novembro, pois alguns Núcleos Regionais fizeram reavaliações
referentes às áreas plantadas.
“Com um clima
irregular em algumas regiões paranaenses e ainda com um período considerável
pela frente, o comportamento climático das próximas semanas será determinante
para a definição da safra”, explica Garrido. Neste momento, 90% das lavouras se
encontram em boas condições e 9% em condições medianas. Cerca de 6% da produção
está comercializada.
TRIGO – A atualização de área e produção apresenta nova redução da safra de
trigo, estimada neste mês em 3,38 milhões de toneladas. Esse volume é 15%
inferior ao potencial que o Paraná tinha quando semeou a área de 1,19 milhão de
hectares. Apesar de a perda ser relativamente pequena, há o agravante da baixa
qualidade. Mesmo assim, em todas as regiões há lotes de qualidade superior,
colhidos antes do período chuvoso se estender até novembro.
“Além disso, todas
as áreas semeadas no Norte do Estado estavam colhidas antes de outubro, fazendo
com que essa região se destaque ante as demais em qualidade, apesar de ter as
produtividades mais afetadas pela seca”, diz o agrônomo Carlos Hugo Godinho.
Comparativamente ao mesmo período do ano passado, os preços pagos ao produtor
de trigo registraram aumento de 7%. Em dezembro, a saca de 60 kg foi
comercializada, em média, por R$ 94,00.
HORTALIÇAS – O clima nublado afetou o ciclo vegetativo das
hortaliças no Paraná na segunda safra 2022/2023. “De modo geral, percebe-se que
os produtores estão agindo com cautela, ainda como reflexo das dificuldades
desse mercado durante a pandemia”, explica o engenheiro agrônomo do Deral,
Paulo Andrade. Segundo ele, a redução nas áreas estimadas acabou impactando o
preço desses produtos no atacado.
Prevê-se redução de
17% na área de plantio da cebola, de 3,9 mil hectares na safra 2021/2022 para
3,3 mil hectares na safra atual. Essa área pode gerar 104,4 mil toneladas, de
acordo com o Deral. A primeira safra de tomate tem área estimada em 2,4 mil
hectares, 3% inferior à safra 2021/2022, resultando em um volume de 150,1 mil
toneladas.
Os 15,1 mil
hectares previstos para a primeira safra de batata devem gerar um volume de
470,8 mil toneladas. Estima-se também uma redução de 4% na área da segunda
safra de batata, ocupando 10,5 mil hectares, com uma produção de 313,8 mil
toneladas. Com relação à qualidade, as condições das lavouras desses produtos
estão entre médias e boas.
CAFÉ – O relatório deste mês também traz as primeiras estimativas para o
café. De acordo com o Deral, 26,6 mil hectares serão destinados ao cultivo do
grão na safra 2022/2023, gerando uma produção de aproximadamente 42,8 mil toneladas.
Esse volume será 42% superior ao da safra anterior, bastante prejudicada pelas
adversidades climáticas, de acordo com o economista do Deral Paulo
Franzini.
BOLETIM
AGROPECUÁRIO – Também foi divulgado, nesta quinta-feira (22), o Boletim Semanal de Conjuntura Agropecuária. Além das
análises das principais culturas, o documento traz informações sobre a
importação de produtos tradicionalmente consumidos neste período do ano, como
nozes e castanhas, cerejas, damascos, figos, tâmaras e uvas passas. Também traz
dados sobre os preços na bovinocultura de leite, o abate de frangos e a
exportação de ovos.
Governo do Paraná